Energia cheia de onda



Fonte: Petronotícias
A demanda por energia é cada vez maior. O Brasil, completamente inserido no mercado mundial e buscando mais eletricidade para atender às crescentes necessidades domésticas, tem investido alto para encontrar fontes alternativas de produção. Com muitos recursos naturais, não faltam possibilidades, e, para descobrir e explorar todas elas, governo e iniciativa privada dialogam entre si e correm para entender as experiências internacionais e mesclá-las com as pesquisas internas em curso.
A geração de energia a partir das marés ilustra bem essa situação. Fonte limpa, inesgotável e 100% livre de emissões de poluentes, a eletricidade maremotriz (como também é chamada) já é usada há bastante tempo em outros países. Por exemplo, a usina de Rance, no noroeste da França, produz energia em quantidade industrial. A infraestrutura é gigantesca: são 24 turbinas instaladas numa barragem de 750 metros de comprimento e que geram 240 megawatts (MW) – suficientes para atender a uma cidade de 200 mil habitantes.
Um dos fatores determinantes da eficiência de uma localidade para a geração de energia das marés é a amplitude, ou seja, as variações de altura das ondas. Isso porque boa parte dos projetos usa o mesmo princípio básico de funcionamento: a onda pressiona um mecanismo que, por sua vez, comprime o ar (ou um líquido). Por fim, a energia cinética do movimento das ondas move uma turbina ligada a um gerador, transformando a energia mecânica desta turbina em energia elétrica.
Aqui no Brasil, apesar dos 8,5 mil quilômetros de litoral, há poucas regiões que apresentam condições ideais para a instalação desse tipo de equipamento. Isso porque as variações de altura das ondas são mais difíceis de serem encontradas na costa brasileira. Mesmo assim, pelo menos um projeto já saiu do papel e se transformou em realidade. A Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o governo do Ceará criaram o primeiro protótipo da América Latina na geração de energia a partir das marés. Instalado no Porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza, a usina ainda produz timidamente: a capacidade de 100 kW é suficiente para abastecer 60 famílias.
No entanto, o primeiro passo foi dado. Afinal, como lembra a pesquisadora Fernanda Pereira Fleming, da Coppe, apenas 1% do potencial de energia das ondas é equivalente à eletricidade produzida por aproximadamente 950 MW de potência média instalada nas hidrelétricas brasileiras.
O vídeo abaixo mostra de maneira didática o funcionamento do projeto no Porto de Pecém.
Artigo escrito por  Henry Galsky

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