Ecologia RIO+20
Durante muito tempo desconhecida do
grande público e relegada a segundo plano por muitos cientistas, a ecologia
surgiu no século XX como um dos mais populares aspectos da biologia. Isto
porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem vem
enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os
problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos.
A palavra ecologia (do grego oikos,
"casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel,
para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e
inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos
quanto o meio físico circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma
mesma população e entre indivíduos de diferentes populações. Essas interações
entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam
sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como
"o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e
vice-versa", como "a economia da natureza", e como "a
biologia dos ecossistemas".
Já
no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas ambientais,
como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas fábricas e bairros
operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que mais tarde se
definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas Malthus, Karl
Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P.
Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas
possibilidades do industrialismo e a ausência de preocupação com os limites
naturais. Também contribuiu o fato de a economia industrial não ter ainda
revelado as contradições ecológicas inerentes a seu funcionamento, evidenciadas
no século XX.
De fato, a maioria das teorias econômicas recentes
traduz essa atitude e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza.
A economia, no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da
ecologia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de uma
espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as espécies, seus
relacionamentos e interdependências.
A radicalizadão do impacto destrutivo do homem sobre
a natureza, provocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou,
especialmente ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga
delas é o conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural
ou de partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades
humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma campanha em
favor da criação de reservas de vida selvagem, que ajudaram a garantir a
sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
Em 1992, 178 países participaram da Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de
Janeiro. Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas,
foi mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Aprovou
documentos importantes para a conservação da natureza, como a Convenção da
Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Florestas e a
Agenda 21.
A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses
documentos. Tenta unir ecologia e progresso num ambicioso modelo de
desenvolvimento sustentável, ou seja, compatível com a capacidade de
sustentação do crescimento econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega
a união de todos os países com vistas à melhoria global da qualidade de vida.
A Rio+20 deverá reunir cerca de 50.000 pessoas na cidade para
participarem de reuniões preparatórias e atividades paralelas durante
uma boa parte do mês de junho, em adição aos cerca de 120 chefes de
estado e governo que se reunirão para a cúpula propriamente dita de 20 a
22 de junho. A Cúpula do Povo para a Justiça Social e Ambiental em
Defesa dos Bens Comuns será realizada de 15 a 23 de junho no Aterro do
Flamengo, perto do centro do Rio de Janeiro, como uma alternativa para a
conferência oficial, e espera-se que ela reúna cerca de 10.000
participantes.
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